sábado, 1 de janeiro de 2011

NELSON SAÚTE

Maputo Blues


«Maputo Blues é uma notícia sem dúvida importante no cenário da poesia moçambicana. Nesse conjunto de textos ali reunidos, o leitor depara-se com problemas interressantes que se abrem à literatura de Moçambique e com algumas angústias que fazem parte do repertório de grande parte dos poetas que emergem dos espaços definidos como periféricos e, conscientemente, lutam contra o seu próprio aprisionamento em campos de exotismo. Empenhada em libertar-se das restrições que a geografia poderia impor, a proposta de Nelson Saúte corre noutra direcção, perseguindo notas capazes de combinar a marrabenta de Fanny Mphumo com o jazz de Billie Holiday, fazendo da escrita literária a travessia entre os muitos pontos do planeta. E é nesse compasso que ele investe na sua relação com as matrizes que compõem o que para o autor é a sua tradição literária.»


Rita Chaves


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ESCREVEDOR DE DESTINOS
Esta obra constitui o regresso deste escritor ao estilo que marcou a sua estreia nas letras nacionais, com a memorável Carta a Noémia de Sousa, publicada pela revista Tempo em 1987.
Em Escrevedor de Destinos, Saúte explora o género da crónica em forma de carta. É uma singela homenagem de um autor preocupado com os fazedores do dia-a-dia deste Moçambique e dos que também influenciam e influenciaram a trajectória política, desportiva, sócio-cultural e até ideológica do País. Saltam à vista cartas a José Craveirinha, Samora Machel, Nelson Mandela, Graça Machel, Rui Knopfli, Rui Nogar, Oriana Fallaci, Ricardo Rangel, Ruth First, Luís Bernardo Honwana, Maria de Lurdes Mutola, Mia Couto, Amade Mogne, de entre outros.





O APÓSTOLO DA DESGRAÇA
      «Em 1974 estávamos em pecado de soberania. A vontade era certeira mas o arco não era nosso. A flecha subiu alto, mundo acima, sonho abaixo. Vieram as guerras, os profundos desencontros entre a utopia e a realidade. A palavra acabaria por pagar as contas da incoerência de um discurso político que, nesse tempo, ocupava o espaço do imaginário... Havia que inventar outras maneiras de fazer chegar as mensagens...
       Foi nessa altura de uma nova relação com Moçambique que o jornalismo moçambicano desaguou na crónica. O género da crónica iria salvar o nosso jornalismo da descoloração. Uma nota de insubordinação rompia o descrédito numa informação politicamente dirigida e desafiava as fronteiras entre literatura e jornalismo...
      As crónicas de Nelson Saúte embrenham-se nesse tempo de ruptura do nosso jornalismo e pertecem, ao mesmo tempo, à literatura de Moçambique.»

Mia Couto


Dentre as várias obras publicadas no país como no estrangeiro, constam:

A Ponte do Afecto (Entrevistas com autores portugueses, 1992);

A Pátria Dividida ( Poesia,1993);

Maputo, Desenrascar a Vida (Textos e selecção de fotografias, 1997);

•A Cidade Lúbrica (Poesia, 1998);

•O Apóstolo da Desgraça (Ficção, 1999);

•A Viagem Profana (Poesia, 2003);

As Mãos dos Pretos (Antologia do Conto Moçambicano, 2001);

A Viagem Profana (Poesia, 2003);

Nunca Mais É Sábado (Antologia de Poesia Moçambicana);

Maputo Blues (Poesia, 2006).

Escrevedor de Destinos (Cartas, 2008).

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