terça-feira, 6 de abril de 2010

A PAZ ENFURECIDA


«Os velhos moçambicanos do futuro começarão assim esta história:

«Sabem quando foi?... Foi no tempo da paz enfurecida. No tempo da guerra e da fome, em que vestíamos ventos de medo e dormíamos no frio da terra dura e seca. O tempo da dor feita revolta, confusão e sacrifício. O tempo das mortes injustas e inúteis. Já sabem, portanto, quando foi. Tudo aconteceu quando a nossa pátria estava ainda nascendo e os generosos e grandes de espíritos deram o seu sangue para que hoje possamos viver felizes. Por isso, se eles nos deram o seu sangue, nós devemos retribui-lhes com a simples glória de os lembrar.»

Neste seu último romance, Ascêncio de Freitas apresenta-nos um sentido e trágico contraponto, entre a generosidade e o egoísmo, entre a alegria e a dor, entre o amor fraterno e a traição, entre o preconceito racista e o oportunismo, entre o fervor da esperança e a mais amarga desilusão, entre a mesquinha ambição e os mais elevados valores universais do homem - constante pano de fundo de A Paz Enfurecida que se viveu durante os anos da guerra civil em Moçambique.»

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